1989: Leila e Eliakim assumem o JM, e estreia a novela Kananga do Japão

Estreias importantes de todos os gêneros marcam o ano,, elevando o prestígio e a audiência do canal.

A reabertura da linha de shows promovida no ano anterior, trouxe bons resultados, levando a emissora a estrear outro humorístico semanal, com Agildo Ribeiro. O “Cabaré do Barata ” estreou no dia 26 de abril de 1989 e foi uma verdadeira inovação no gênero, ao mostrar bonecos interagindo com o humorista. Eles davam vida aos principais personagens políticos, numa época especialmente conturbada do país.

Em julho, estreou a novela “Kananga do Japão“, ambientada na confusa década de 30, e que recolocaria a Manchete no páreo das superproduções. Encomendada por Adolpho Bloch, com sinopse de Carlos Heitor Cony e texto de Wilson Aguiar Filho, foi dirigida pela conceituada Tizuka Yamazaki. Levou a emissora à vice-liderança no horário.

Elenco de Kananga do Japão em evento de lançcamento da novela, com Adolpho Bloch
Elenco de Kananga com Adolpho Bloch

O casal 20 do telejornalismo, Leila Cordeiro e Eliakim Araújo, foram contratados por Adopho Bloch, para assumirem a bancada do Jornal da Manchete Primeira Edição. Ex-apresentadores do Jornal da Globo, o casal também chegou com a missão de ancorar a importante cobertura das eleições daquele ano (a primeira direta para presidente após a reabertura política).

Jornal da Manchete com Leila e Eliakim

Em agosto de 1989, Leila Cordeiro e Eliakim Araújo (até então apresentando o Jornal da Globo) foram contratados para ancorar o Jornal da Manchete, substituindo Ronaldo Rosas e Carlos Bianchinni. Essa época de ouro da Manchete, caracterizada com novelas de sucesso e infantis vice-líderes, também se caracterizou por um show de jornalismo. A Rede Manchete, que até então se destacava nesse departamento, abriu ainda maior distância em relação à concorrência. O jornalismo era ousado, inovador e independente. Os repórteres chegavam antes e davam seguidos furos de reportagens. A inovação fazia escola na TV. Nesssa época, a Manchete já suspendia a programação para exibir initerruptamente qualquer acontecimento importante no país. O Jornal da Manchete era ágil, tinha correspondentes espalhados pelo mundo, e trazia a data e imagens do dia integradas à abertura. Leila e Eliakim se consagraram como o Casal 20 do telejornalismo.

Em agosto, entreia o polêmico “Documento Especial, Televisão Verdade”, que revolucionou a maneira de se fazer documentários na TV brasileira, abordando as matérias de forma sensacionalista. O programa ia ao ar semanalmente, apresentado por Roberto Maia, com direção de Nelson Roinnef .

Em meio a todos esses sucessos, a música africana ganhava destaque com a série African Pop, exibida em cinco programas na faixa das 22h20. Foi uma co-produção com a Meta-vídeo, produtora independente de Roberto Feith, e custou cerca de 420 mil dólares.

Entrou no ar ainda o Cometa Alegria, programa infantil apresentado por Cinthya Raquel e Patrick de Oliveira, diariamente das 9h as 12h. Exibia os mesmos desenhos e seriados apresentados à tarde pelo ”Clube”. Movido pela febre dos seriados japoneses, o programa contava com a participação do Mestre Kim, que todos os dias ensinava um novo golpe de karatê ou taekwondo.

Ainda neste ano, Angélica ganha um segundo programa, o “Milk Shake“. Dirigido ao publico jovem, animava as tardes de sábado com jogos e musicais, numa clara tentativa de ocupar o lugar deixado por Chacrinha. Deu certo, e o programa rapidamente atingiu a vice-liderança.

Por Diogo Montano

Diogo Montano é Bacharéu em Ciência da Computação, pós graduado em Gestão de Negócios, e trabalha há quase vinte anos unindo duas coisas que sempre gostou: comunicação e tecnologia. Cresceu assistindo à Globo e Manchete, canais de tv que tinham as melhores imagens da região. Em 1999, ainda antes de entrar na faculdade, publicou a primeira versão deste site, logo após a venda da Manchete.