Sobre o 24 Horas
Criação de Fernando Barbosa Lima, O 24 horas estreou no dia 18 de setembro de 1995, segunda-feira, às 22h30. O propósito era mostrar a realidade “nua a e crua”, segundo o slogan que acompanhava as campanhas publicitárias e chamadas na programação: “nossas câmeras são os seus olhos“.
Na prática, o diferencial estava na forma como o programa abordaria seus temas: mostrar o que acontecia durante um dia (ou 24 horas) em um certo local ou com um determinado grupo de pessoas. Como exemplos: a rotina de um hospital público ou de uma turma de pixadores.
Abertura do 24 Horas
O programa compunha a linha de shows, ou seja, a faixa horária dos programas de segunda a sexta exibidos após a novela. O 24 Horas seria o programa das segundas-feiras, entre 1995 e 1998. Registraria médias de 8 a 12 pontos, brigando pelo segundo lugar com o SBT, vencendo na maioria das vezes.
Concepção
Sua concepção começou um ano antes, por volta de outubro de 1994. Goulart de Andrade migrou para a Manchete, levando seu tradicional programa, o “Comando da Madrugada” para a noite de sábado. E a promessa dele desenvolver o 24 Horas para as segundas.
Mas o programa só foi tirado do papel de fato em 1995 e, em vez de Goulart de Andrade, foi Solange Bastos a responsável pela missão. Solange comandou o Bate Boca, com baixo orçamento, mas elogiado pelas discussões que conduzia., O programa foi extinto em 1995, e portanto, a jornalista poderia se dedicar ao novo jornalístico.
Solange Bastos
No formato inicial, Solange Bastos era a repórter e também apresentadora do programa. Mas a apresentação, ao contrário dos demais jornalísticos, acontecia pela repórter com microfone em punho, do próprio local onde estava. Assim ela fazia a abertura do programa, a passagem dos blocos, o encerramento, e a chamada do próximo.
Na estreia, o programa mostrou as 24 Horas da Vila Mimosa, conhecida zona de prostituição da cidade do Rio de Janeiro. Já no segundo programa, mostrou o dia-a-dia da Colônia Juliano Moreira, famoso sanatório também localizado na cidade do Rio.
Além destes, mais outros temas seriam abordados, dentre eles o dia-a-dia dos menores infratores do Instituto Padre Severino, e a rotina da Polícia Militar. Este último episódio, que levou o nome de “Na Rota da Morte”, acabou incentivando a Manchete a criar o Na Rota do Crime, programa semanal da linha de shows que ocuparia as noites de sexta-feira a partir do ano seguinte.
Marcos Wainberg
Em 1996 o jornalístico passou a ser apresentado por Marcos Weinberg, que permaneceu até sua extinção, em 1998. O novo apresentador fazia a abertura e passagem de blocos do estúdio, como na maioria dos jornalísticos tradicionais. Também fazia a locução das matérias. Desta forma, não havia necessidade dos repórteres aparecerem no vídeo. Solange Bastos voltou a fazer reportagens para o Programa de Domingo e Câmera Manchete.
O programa foi inevitavelmente comparado ao Documento Especial, que a emissora havia exibido entre 1989 e 1992, com enorme sucesso. Àquela altura, o Documento havia deixado a grade do SBT e já era exibido pela Band nas noites de quinta-feira.
Saiu do ar no final de 1998, durante a última greve da emissora.