Remake do primeiro logo do Jornal da Manchete (1983)

Carlos Bianchini apresentou Jornal da Manchete com Ronaldo Rosas até 89

Nos primeiros anos, o Jornal da Manchete era o carro-chefe do canal. Com 2 horas de duração e especialistas comentando as notícias, se tornou referência para outras emissoras.

O Jornal da Manchete estreou no primeiro dia útil de operação da TV Manchete, na posição de “carro-chefe” da programação do novo canal.

O noticiário representava o próprio posicionamento da emissora, que buscava unir conteúdo de alto nível, roupagem moderna e padrão internacional. A Manchete buscou confessas inspirações na premiada BBC, de Londres, e na futurista CNN que, naquele momento, havia recém estreado nos Estados Unidos.

Imagem de Jornal da Manchete da Rede Manchete
Cenário futurista do jornalismo no RJ

O telejornal tinha surpreendentes duas horas de duração. de segunda a sábado, das 19h às 21h10. Era dividido em quatro segmentos especializados, divididos da seguinte forma:

  • 19h: uma grande “escalada”, com o resumo das principais notícias.
  • 19h05: Manchete Panorama: segmento sobre Cultura, artes e espetáculos. Apresentado por Iris Littieri e Jacyra Lucas.
  • 19h30: Paulo Stein apresentava a Manchete Esportiva, revezando-se com Alberto Leo.
  • 20h às 21h10: Ronaldo Rosas e Carlos Bianchini apresentavam o segmento principal, com os fatos do mundo e do Brasil, nesta ordem. As notícias eram mostradas com mais detalhes que pelos jornais concorrentes e, as mais relevantes eram seguidas por análises de um ou mais comentaristas renomados como Carlos Chagas e Villas Boas Correa.

Meses depois, Manchete Panorama e a Manchete Esportiva se tornaram oficialmente programas independentes. Começavam às 19h e 19h20, respectivamente. Às 19h40 entrava o Jornal da Manchete, que passou a ter 1h30 com as notícias do Brasil e do mundo.

Em 1984, o jornal foi reduzido para 60 minutos, permanecendo nesta duração por mais de quinze anos. Ainda assim era o dobro do tempo dos principais telejornais das outras emissoras. Foi o mais longo telejornal da faixa nobre da TV até a última crise da emissora, em 1998.

Chamada do JM em 1984

Premiado

Ao fim do primeiro ano, o telejornal ganhou o Prêmio APCA de melhor telejornal e de maior credibilidade. Durante toda a sua existência continuaria sendo percebido pelo público como o jornal de maior credibilidade, segundo pesquisas Vox Populi publicadas em 1989, 1990 e 1997.

Prestigiado

Era comum o jornal mostrar análises de comentaristas com posicionamentos políticos conflitantes. Apesar da profundidade e de sya extensão no vídeo, gozava de credibilidade junto ao público, e conseguia bater médias robustas mesmo competindo com a faixa de novelas mais importantes da Globo.

Durante Roque Santeiro(1985), a telenovela que atingiu a maior média num capítulo em toda a história da concorrente, por exemplo, O Jornal da Manchete conseguia médias entre 8 e 10 pontos.

Ajuste na bancada

Em 1987 Ronaldo Rosas deixou a Manchete, e Carlos Bianchini continuou apresentando o telejornal até 1989, sem um substituto para a vaga de Rosas.

Carlos Bianchini no cenário do Jornal da Manchete, 1983
Carlos Bianchini no cenário do Jornal da Manchete, 1983

Em 1989 assumiram Leila Cordeiro e Eliakim Araújo. Bianchini foi para o Jornal da Manchete Edição da Tarde, reformulado, ao lado de Leda Nagle, que assim como Leila e Eliakim, deixou uma posição confortável na Globo para ter mais liberdade na Manchete.