Para frear Band, SBT exibiu Ana Raio e Zé Trovão em 2011

A partir de segunda, 07 de junho, às 22h15, o SBT reestreou “A História de Ana Raio e Zé Trovão”, produzida e exibida pela Rede Manchete em 1991. A medida teve por objetivo frear o crescimento da TV Bandeirantes no horário nobre, que desde a estreia de sua nova programação, com frequência vinha ultrapassando a emissora de Silvio Santos no horário nobre .

Chamadas de re-estreia no SBT

Novelas da Manchete reprisadas pelo SBT

A obra foi adquirida pelo SBT através da JPO Produções, produtora de José Paulo Vallone, que meses antes havia arrematado as novelas do acervo da Manchete num leilão da massa falida da emissora. A emissora de Silvio Santos já tinha reprisado Xica da Silva em 2006, com grande sucesso. Mas na ocasião, SS comprou a novela diretamente das mãos da Bloch Som e Imagem, que era a proprietária das novelas produzidas de 1995 em diante. A BSI ainda estava operante, e pertencia à família Bloch.

Em 2008, de posse das novelas anteriores a 1995, o SBT estreou Pantanal, às 21h, atingindo altos índices de audiência e reconquistando a vice-liderança no horário, naquela época, ocupada pela Record. No ano seguinte, a emissora reprosou Dona Beija, produção de 1986. Dessa vez, ao contrário da reprise de Pantanal, o SBT nao ultrapassou a Record no horário. Na época, as maiores apostas iam em direção a reprise de Ana Raio e Zé Trovão, mas surpreendentemente, a emissora optou por reexibir “Beija”.

Em 2011, o SBT viu seu terceiro lugar ameaçado pelo crescimento consistente de audiência da Band. Como estratégia de emergência, Silvio Santos determinou a re-exibição de “Ana Raio” na faixa das 10 da noite. Com a medida, a emissora pretendia aumentar a média de audiência do horário nobre, mas especialistas discordavam.

A novela que rodou o país

Em sua versão original, a novela ficou quase 1 ano no ar, percorreu mais de 16 mil quilômetros, e exibiu um Brasil até então pouco conhecido. Mostrando a rotina das caravanas de rodeios, a estória viajava pelo país, sendo incrementada com diferentes personagens a cada nova “parada”.

Desta forma, “Ana Raio e Zé Trovão” era recheada de tramas paralelas que não eram exatamente essenciais para a condução da história central, dando à novela características de seriado. A trama só terminou quando uma determinação da cúpula da Manchete ordenou o fim das gravações simplesmente porque o dinheiro havia “acabado”.

Como sucessora do estrondoso sucesso Pantanal, que atingiu audiência superior a 40 pontos e deixou a Globo em segundo lugar, seu desempenho foi morno. No entanto, a novela ainda assim foi considerada um sucesso, pois manteve a Manchete na vice-liderança com média de 16 pontos na complicada Grande São Paulo, número ainda muito alto para uma novela fora da Globo, e principalmente, considerando que a emissora era a carioca Manchete.

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Por Diogo Montano

Diogo Montano é Bacharéu em Ciência da Computação, pós graduado em Gestão de Negócios, e trabalha há quase vinte anos unindo duas coisas que sempre gostou: comunicação e tecnologia. Cresceu assistindo à Globo e Manchete, canais de tv que tinham as melhores imagens da região. Em 1999, ainda antes de entrar na faculdade, publicou a primeira versão deste site, logo após a venda da Manchete.