Cidades Cenográficas: construções ambiciosas e cidades retratadas com detalhismo

Para reproduzir suas histórias com fidelidade, a TV Manchete precisou erguer cidades cenográficas, algumas delas com um grau de perfeccionismo pouco visto na TV. Desde sucessos como Dona Beija e Kananga do Japão até fracassos como Amazônia, o investimento na grande maioria das vezes foi de superprodução.

Estrutura da dramaturgia

A partir de 1986, as cenas internas eram feitas, basicamente, no Complexo de Televisão de Água Grande, localizado na zona norte do Rio. Ele foi o primeiro centro de produção integrada da América Latina, onde eram realizados programas de auditório e cenas internas de novelas, com cenários em estúdios que chegavam a 1000 m2, além de oficinas de carpintaria, etc.

Mas por se localizar em área urbana densamente povoada, não havia espaço extra para a construção de cidades cenográficas. Por isso, necessariamente, essas estruturas foram erguidas afastadas do CTAG, sendo duas ao longo da história:

  1. Cidade Cenográfica de Santa Cruz: até 1992 as cidades cenográficas eram erguidas na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Lá foram feitas Dona Beija, Kananga do Japão e Amazônia.
  2. Cidade Cenográfica de Maricá – E,m 1994. a rede adquiriu um grande terreno no município de Maricá, região metropolitana do Estado do Rio, a 60 Km da Capital, onde foram feitas Xica da Silva, Tocaia Grande e Mandacaru.

Confira a lista de cidades retratadas e locações reais utilizadas pelas novelas da emissora:

  • Antônio Maria
    • Pequena cidade cenográfica imitando bairro tradicional do Rio
    • Gravações externas em Portugal
  • Dona Beija
    • Cidade Cenográfica retratando Araxá séc XIX
    • Gravações externas na zona rural de Araxá
  • Novo Amor
    • Gravações extrnas na zona sul do Rio
  • Tudo ou Nada
    • Gravações externas na zona sul e norte do Rio
  • Mania de Querer
    • Gravações externas nos USA
    • Gravações externas na cidade de São Paulo
  • Corpo Santo
    • Gravações externas nos USA
    • Gravações externas no Rio
  • Helena
    • Cidade Cenográfica retratando o Rio de Janeiro do séc XIX
    • Gravações externas em uma fazenda em Maricá
  • Carmem
    • Pequena cidade cenográfica retratando o Bairro da Saúde do Rio
    • Gravações externas no Rio principalmente no Porto e Bairro da Saúde
  • Olho por Olho
    • Gravações externas no Rio
  • Kananga do Japão
    • Cidade Cenográfica retratando a Praça XI do Rio de 1930
  • Pantanal
    • Gravações externas no Pantanal Mato Grossense
  • A História de Ana Raio e Zé Trovão
    • Gravações externas no interior do RS, SC, PR, SP, MG, GO e TO
  • Amazônia
    • Cidade Cenográfica retratando Manaus do séc XX (a última em Santa Cruz)
    • Gravações externas em Manaus e na floresta Amazônica
  • Guerra sem Fim
    • Gravações externas no Morro da Mangueira e na cidade do Rio
  • 74.5 Uma Onda no ar –
    • Cidade Cenográfica retratando Pedra da Lua (Cidade fictícia) ambientada na Região dos Lagos RJ
    • Gravações externas em Búzios RJ
  • Tocaia Grande –
    • Cidade Cenográfica retratando Itabuna-BA de 1920 (a primeira em Maricá-RJ)
    • Gravações externas na zona rural de Itabuna BA
    • Externas em uma fazenda de Maricá RJ
  • Xica da Silva
    • Cidade Cenográfica retratando o Arraial do Tijuco-MG no séc XVIII
    • Gravações externas no Interior de Minas
    • Gravações externas em fazenda de Maricá RJ
  • Mandacaru
    • Cidade Cenográfica retratando Jatobá (Cidade fictícia) ambientada no sertão da Bahia em 1930
    • Gravações externas em Paulo Afonso BA
    • Gravações externas em fazenda de Maricá RJ
  • Brida
    • Gravações externas na Irlanda
    • Gravações externas no Rio

Nota:

Em 1984 e 1985, a jovem emissora alugou os estúdios da TV Tupi, no bairro da Urca, Rio de Janeiro – que eram usados justamente para a produção dramatúrgica pela predecessora do canal 6 carioca. O arrendamento foi feito pela massa falida da Tupi. A exceção foi a primeira produção da emissora, A Marquesa de Santos, que foi gravada dentro do prédio da Manchete, usando dois estúdios, sendo um deles o estúdio fotográfico das revistas!

Por Diogo Montano

Diogo Montano é Bacharéu em Ciência da Computação, pós graduado em Gestão de Negócios, e trabalha há quase vinte anos unindo duas coisas que sempre gostou: comunicação e tecnologia. Cresceu assistindo à Globo e Manchete, canais de tv que tinham as melhores imagens da região. Em 1999, ainda antes de entrar na faculdade, publicou a primeira versão deste site, logo após a venda da Manchete.

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