No dia 02 de julho de 1993, o núcleo de São Paulo da Rede Manchete, instalado no Bairro do Limão (Zona Norte da cidade) desde outubro de 1989, foi desativado, por decisão do empresário Adolpho Bloch, que meses antes havia recuperado o controle da emissora, até então em poder do grupo IBF.
A emissora foi objeto de uma disputa judicial envolvendo os Bloch e o grupo IBF. Na época, apenas dois técnicos e a diretoria do departamento comercial continuavam trabalhando. Um deles assegurava a veiculação dos comerciais e outro cuidava da manutenção da torre de transmissão.
O departamento de jornalismo da Manchete, que já vinha trabalhando precariamente, com menos de dez profissionais, entrou em greve. Na semana seguinte, o “Jornal da Manchete” foi apresentado sem nenhuma matéria produzida pelo núcleo de São Paulo. Foram veiculadas apenas reportagens produzidas em Brasília e no Rio de Janeiro. Com a desativação do núcleo de São Paulo da Manchete, 300 profissionais, entre técnicos, produtores e artistas ficaram sem emprego.
Sendo assim, os cenários dos programas “Clube da Criança”, “Show da Manchete” e “Almanaque” foram desmontados e transferidos para o Rio de Janeiro, para serem reaproveitados na sede da emissora da Rua do Russel. Essa medida foi tomada como uma estratégia de economia e até que a solução da briga judicial entre Adolpho Bloch e a IBF seja resolvida, toda a produção da Manchete paulista ficaria suspensa. Teoricamente, só continuaram ativos o esvaziado departamento de jornalismo, em greve, o departamento comercial e as operações básicas, para manter a emissora no ar em São Paulo.
Os funcionários da emissora estavam sem receber desde abril de 93. Em agosto do mesmo ano, o Sindicatos dos Radialistas e dos Jornalistas programaram um protesto contra a desativação da Manchete em São Paulo, em frente ao prédio do Bairro do Limão.