A Bandeirantes re-estreou Mandacaru em 12 de outubro de 2005, às 22 horas, inaugurando seu segundo horário de novelas. Na época, a emissora produzia novelas para o público juvenil como Floribela e Dance Dance Dance na faixa das 20h, e contratou o diretor Herval Rossano para dirigir o setor.
O principal projeto era a co-producao de Paixões Proibidas em parceria com a RTP. A reprise de Mandacaru tinha por missão aquecer o horário para a chegada da produção luso-brasileira.
Um dos trunfos de Mandacaru, além do baixo custo e do bom estado de conservação, era o desfile de atores que, em 2005, eram bem cotados na Globo – como Murilo Rosa – e veteranos como Marilia Pera. Além das táticas de marketing explordas pela Band na época, que contou com Alceu Valença e Daniela Mercury nos papéis de Lampião e Maria Bonita.
Na Manchete
Mandacaru foi exibida entre 1997 e 1998 pela TV Manchete. Foi uma das últimas produções do diretor Walter Avancini na emissora, mas seu sucesso não chegou perto do furor causado por Xica da Silva, também produzida pela Manchete e que, reprisada com sucesso pelo SBT também em 2005, instigou a Band a apostar em uma reprise da Manchete.
Tocaia Grande, Xica da Silva, Mandacaru e Brida estavam blindadas de do processo de falência da TV Manchete porque seus direitos patrimoniais pertenciam a uma terceira empresa, a produtora Bloch Som & Imagem. A produtora foi criada em 1995 para desviar as novelas de possíveis processos judiciais movidos por Hamilton Lucas de Oliveira que, em 1992, comprou metade da emissora, mas perdeu o direito às cotas no ano seguinte, depois que a Bloch entrou com liminar alegando falta de pagamento.
A TV Manchete, em teoria, foi apenas a exibidora da novela, pagando pelos direitos de exibição. O patrimônio continuou sendo da BSI, como numa relação comercial entre um canal de TV e uma produtora independente, ou mesmo distribuidora de filmes. C
Como a Bloch Som e Imagem não fazia parte da massa falida da TV Manchete e nem da editora, as negociações foram livres e diretas entre Pedro Jack Kapeller e as emissoras (SBT e Band).
Chamadas da estreia na Band
A trama
Na época, a reconstituição da morte dos reis do cangaço foi filmada em película preto-e-branco por Avancini, a fim de emprestar ares de documentário à seqüência. Os personagens principais da novela, a partir da morte do casal, seriam Tirana (Victor Wagner), sobrinho e herdeiro de Lampião, Juliana (Carla Regina), filha do coronel Honorato Guedes e Tenente Aquiles (Murilo Rosa).
Juliana, ex-amor do passsado de Aquiles durante a juventude, e obrigada a se casar com um médico da cidade, é sequestrada pelo bando de Tirana na hora de seu casamento. prometida. É em torno deste triângulo amoroso (Aquiles, Juliana e Tirana) que gira a novela. Juliana se apaixona por Tirana e pela causa dos Cangaceiros.
Mas a história é “roubada” por Zebedeu, líder de outro bando de cangaceiros, rival de Tirana. O cruel e debochado vilão, representado por Bemvindo Sequeira, assume o protagonismo da história a partir do terceiro mês de novela. O personagem tem uma visão onde recebe a visita de São Sebastião, que o encarrega de se tornar um Imperador.
Foi uma estratégia de Avancini para salvar a novela, que tinha derrubado a audiência de Xica da Silva, de 18 para 6 pontos. A novela vira comédia e tudo passa a girar em torno do trono do lunático, mas nada idiota, personagem de Siqueira. Juliana, Tirana e Aquiles se tornam coadjuvantes. Na Manchete, a novela voltou a encostar nos 10 pontos.
A reprise, na Band, teve média de 5 pontos, fazendo a emissora brigar com o SBT pelo terceiro lugar, um desempenho bom para os padrões da emissora.
