Logotipo de A Nave da Fantasia

A Nave da fantasia teve Simony e Angélica

A ida Xuxa para Globo causou o esvaziamento natural do Balão Mágico, programa infantil matinal da TV Globo. Sucesso em seus primeiros anos, no seu quarto ano já sofria com o desmantelamento do grupo musical.

Do Balão Mágico para A Nave da Fantasia

Simony e sua turma fizeram o caminho contrário de Xuxa, e assinaram com a Manchete para apresentarem um programa semelhante à atração global, a começar pelo título, que era sinônimo. A aposta foi capturar os órfãos do “Balão”.

A Nave da Fantasia estreou em novembro de 1986, das 9h às 12h, substituindo a Sessão Animada (que ocupava a faixa desde a saída do palhaço Carequinha).

Anuncio de estreia de A Nave da Fantasia
Anuncio de estreia de A Nave da Fantasia

O formato do programa

Simony, que capitaneava o navio, com 10 anos de idade, não só apresentava A Nave da Fantasia, mas também representava, cantava, dançava e recebia grupos musicais. Tinha a companhia de sua prima Luciana e a participação de Reny de Oliveira, Renato Pupo, Daniel Barcellos, Acácio Frauches e Rogério Fabiano. A Nave da Fantasia tinha direção de Paulo Figueiredo.

Simony, quando foi para a Manchete, 1986
Simony, quando foi para a Manchete, 1986

O cenário simulava um grande navio rosa, onde a turma interpretava esquetes, recebia convidados, cantava, e apresentava os desenhos animados. Os personagens Urso Pimpão, fantasminha Ki-Susto e o palhaço Borogodó eram tripulantes da nave, uma mistura de caravela e foguete, que viajava pelo mundo da ficção, através das histórias de Gabriel Mendes.

“A imaginação é o combustível da nave”, explica Paulo Figueiredo, o diretor. “Quando Simony sonha, dormindo ou acordada, uma viagem fantástica tem início. E tudo a partir do quarto, que se transforma, alterando ou ampliando o significado da realidade.

No entanto, a atração atingiu entre 2 e 3 pontos de audiência em São Paulo, pouco tendo acrescentado no que a emissora registrava com sessão de desenhos. Para piorar, o custo de produção da “Nave” era alto.

Angélica assume o timão

Angélica era uma estrela infantil super requisitada para comerciais. Ela atuava, cantava, entrevistava, fazia de tudo. Tinha apenas 13 anos de idade. Mas desde os 4, quando ganhou o prêmio de criança mais bonita do Brasil, do programa do Chacrinha, e ganhar novamente aos 5 anos, passou a ser disputada para fazer comerciais pelas agências de publicidade.

No começo de 1987, Simony precisou reduzir a intensidade de gravações da “Nave” por causa de outros envolvimentos profissionais. Paulo Ricardo, empresário das duas meninas, sugeriu que Angélica dividisse com ela a apresentação. A direção da Manchete curtiu muito o resultado.

Simony se desentendeu com a Manchete e assinou com o SBT em maio. Angélica assumiu a função definitivamente, na companhia de Ferrugem. O sucesso foi imediato.

Mas a Manchete acabou com o programa um mês depois devido ao custo elevado e a baixa qualidade do produto final. Junto com a Nave, também acabaram com o programa de Costinha às sextas, e o deslocaram para o domingo, pelo mesmo motivo.

Com o fim do programa intfantil, a emissora lançou o telejornal Repórter Manchete. Angélica e Ferrugem foram promovidos: foram deslocados para o horário nobre da programação infantil, reativando o Clube da Criança, em novembro de 1987.