A re-exibição da novela Xica da Silva – sucesso da Manchete entre setembro de 1996 e agosto de 1997 – levou o SBT ao segundo lugar de audiência a partir de 28 de março, reassumindo a posição perdida para a Record naquele ano.
Na esteia, a novela da Manchete deu picos de 20 pontos, com média de 13. Antes disso, com o Programa do Ratinho, o SBT atingia apenas oito. Xica da Silva continuou crescendo nas semanas seguintes.
Autor afirma ter curtido
Walcyr Carrasco, o autor de Xica da Silva, disse entre amigos que ficou extremamente feliz com a re-exibição, e principalmente com a audiência que sua novela estava tendo, na época do relançamento da novela.
Walcyr assinou a novela como Adamo Angel porque era contratado do SBT. O mistério em volta do autor de Xica foi tão grande na época, que no meio artístico a pergunta era uma só: “quem será Adamo Angel?”. Muitos acreditavam ser um autor de primeira linha da Globo. E hoje, de fato, ele é.
Ao contrário do autor, atores processaram o SBT por direitos de imagem, como Giovanna Antonelli, que não gostou de ver cenas em que aparece seminua sendo reprisadas sem sua aprovação. O SBT também foi acusado de fazer “corpo mole” para pagar direitos conexos.
Estratégia do Homem do Baú
Com a exibição do Programa do Ratinho e de séries americanas como SmallVille, o SBT perdia constantemente para a Record que, posterirmente com a estréia do programa Guiness, acabou consolidando a segunda posição no horário nobre.
Em um feito inédito na TV Brasileira, Sílvio Santos adquiriu o acervo e os direitos da novela da ex-concorrente, para fazer frente à Record que investia forte na sua dramaturgia. Com Xica, o SBT conseguiu frear o crescimento da concorrente em audiência e tentar segurar alguma relevância com espectadores do gênero.
Também adquiriu os direitos de Dona Beija, sucesso da Manchete levada ao 10 anos antes de Xica, cujo remake vinha sendo cogitado na Record para estrear a sua faixa das 9.
O SBT ainda não decidiu se levará a novela ao ar na íntegra, ou fará um remake.
Texto originalmente escrito por Diogo Montano, em 24/09/1999