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Mistério

Programa jornalístico quinzenal sobre temas sobrenaturais, Mistério estreou em 8 de janeiro de 1997, revezando-se com o Câmera Manchete na linha de shows das quartas-feiras. Permaneceu no ar até o fim de 1998, quando greves paralisaram as produções dos programas da emissora. A ideia original era transformá-lo em semanal dois meses após a estreia, o que acabou não acontecendo.

A atração foi concebida ao longo de 1996, sob o título provisório de “Enigma“. Seria apresentado pela numeróloga Monica Buonfiglio, autora de livros esotéricos de sucesso como “Anjos Cabalísticos”, e também irmã de Gugu Liberato. Mônica acabou abandonando o projeto semanas antes da estreia, por divergir da direção da emissora.

Para ocupar o posto deixado por Monica Bonfiglio, recorreram a uma solução caseira: o diretor artístico da Manchete, Walter Avancini. O veterano, responsável também pela narração em off das reportagens. voltaria a ter uma função à frente das câmeras 30 anos depois de atuar na novela “O Tempo e o Vento”, da extinta TV Excelsior. Figura folclórica do meio televisivo, chamado por alguns por “mago”, caiu como uma luva para a função.

“Não me interesso por misticismo, mas estou me divertindo fazendo a apresentação”

Walter Avancini, durante o lançamento de Mistério, em janeiro de 1997


“Mistério” mostrava matérias diversas por episódio. Algumas eram produzidas totalmente pela equipe da Manchete, enquanto outras usavam como base matérias da série francesa “Mystères”.

Pintura mediúnica, aparição de discos voadores, casas mal-assombradas, vidência, tarot e vida após a morte eram alguns dos temas abordados no programa. Segundo Marcelo Godoy, diretor do programa, “o interesse público pela paranormalidade crescia naqueles anos, com vasta publicação de conteúdo sobre o tema“. Marcelo prometia uma abordagem sem clichês e preconceitos.

“Vamos explorar todos os tipos de fenômenos paranormais… “Vamos aproveitar que o mercado editorial cresce a cada dia nesse setor para tratar de paranormalidade na TV. Nossa abordagem será informativa e sem preconceitos”.

disse, antes da estreia, o diretor Marcelo Godoy.

O programa manteve os índices de audiência do Câmera Manchete e Expedições, que ocupavam a faixa anteriormente. Registrava médias de 8 a 10 pontos.

Manchetes do Além

A paranormalidade foi abordada pela emissora desde sua inauguração, em 1983. Na época, a série documental americana “Acredite Se Quiser”, exibida nas noites das segundas-feiras, mostrava histórias inacreditáveis, porém reais, com boa parte das reportagens sobre fenômenos sobrenaturais. A atração permaneceu no ar até o fim da década, mas voltou a preencher buracos na grade, em horários menos assistidos, na década de 90.

Em 1991, foi ao ar a minissérie “Filhos do Sol”, de Walcyr Carrasco. Falava sobre uma civilização da Terra liderada por extra-terrestes, No mesmo ano, as noites de terças-feiras passaram a ser ocupadas pela faixa “Fronteiras do Desconhecido”, com histórias produzidas pela dramaturgia da emissora.

Em 1993, os episódios de “Fronteiras do Desconhecido” voltaram dentro da faixa “Enigma”. E a partir de 1994, Marcos Schetmann dirigiu “Incrível, Fantástico, Extraordinário”, mostrando uma história sinistra a cada quarta-feira. Por um ano, foi a única produção dramatúrgica da emissora.