Cinemania

Cinemania foi um programa semanal, apresentado e dirigido por Wilson Cunha aos sábados, com matérias sobre o universo da sétima arte. Foi um dos programas mais elogiados pela crítica durante a história da Manchete.

O programa era uma espécie de Video Show do mundo do cinema, relembrando sucessos, mostrando bastidores das próximas filmagens, noticias sobre filmes em cartaz  nos cinemas, homevideo e, claro, na programação da emissora. 

Por exemplo:

  • Bastidores: Os bastidores de “Sociedade dos Poetas Mortos”.
  • A musica mais bonita: “Yellow submarine”.
  • Cine Clip: a volta de Nastassja Kinski.
  • Sequencia favorita: О ET nas cenas finais de sua aventura.
  • Lançamento de vídeo:  “Quanto mais quente, melhor”.
  • Making of: O making of de “A revanche final”.

A apresentação ficava a cargo de Wilson Cunha, então diretor do departamento de cinema (responsável pela aquisição de séries e filmes estrangeiros, inclusive os infanto-juvenis), e personalidade do universo do cinema brasileiro. Inclusive, foi durante sua gestão que estreou a sessão de filmes “Cinema Nacional”, de 1990 a 1994, uma das mais longevas da emissora.

Folha de São Paulo
Por: Amir Labaki (crítico de cinema)

Cinemania só quer entreter
“Cinemania”, o programa especializado em cinema que à Rede Manchete leva ao ar todos os sábados das 13h às 14h, revive na mídia eletrônica o espírito das primeiras revistas de informação e “gossips” cinematográficas. Como estas, aposta na absoluta cumplicidade do espectador, estimulando-a e premiando-a através de toda sorte de concursos. “Séquência Favorita”, “Antes da Crítica”, “Teste de Vídeo”, “Concurso Pinócchio” foram os até agora apresentados; sua multiplicação é tão certa quanto a tradicional chuva de certas para as tipo “Pergunte ao Fulaninho” presente nas revistas do gênero. Não que o resultado seja cansativo. “Cinemania” sabe diluir seus concursos nos vários segmentos.
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A agilidade é o ponto alto do programa, ao lado da variedade. O programa, redigido e parcialmente apresentado pelo crítico Wilson Cunha, joga seu laço em direção a todo tipo de espectador. Para o passivo vídeota doméstico, dá dicas sobre a programação cinematográfica na TV —Manchete, é claro. Para o cinéfilo, tira do baú autênticas jóias —a do penúltimo programa foi O antológico plano de abertura de “Marca da Maldade” (Touch of Evil, 1958) de Orson Welles. Para o nerd consumidor curioso, cenas das estréias, entrevistas com os Ídolos, fofocas.

O programa não pára, encadeando quadro a quadro num ritmo ágil determinado pela eficaz edição. comentários menos superficiais não têm vez. “Cinémania” não faz crítica —informa e diverte. Não inova, mas aproveita com competência a linguagem televisiva. mais uma contribuição da TV para aumentar a sobrevida de seu irmão mais velho.

AMIR LABAKI (critico de arte)
Folha de S. Paulo, 1988

Edição adulta

Em 1991, foi criado o Cinemania II, levado ao ar às segundas-feiras, a 1h da madrugada(de segunda para terça). Esta edição se dedicada, incialmente, a filmes que não podiam ser mostrados na edição de sábado à tarde. Produções adultas, de violência, terrror e até soft porn, agora poderiam ir ao ar. A edicao foi extinta em 1993.

Wilson deixou a Manchete em 1992, durante o período em que a emissora esteve sob gestão da IBF. Foi para a Globosat, onde dirigiu, por mais de uma década, os canais de entretenimento da programadora (Multishow, Canal Brasil e Sexy Hot).