Hora da faxina: Manchete tenta salvar Brida do naufrágio inicial

Matéria veiculada na Revista Veja, de 2 de setembro de 1998, pág. 149 (Televisão):

“HORA DA FAXINA

Manchete tenta salvar Brida do naufrágio inicial

A Rede Manchete conseguiu o que parecia impossível: associar o nome do escritor Paulo Coelho a um fracasso. A novela Brida, baseada no romance homônimo do mago, até agora não ultrapassou a média de 3 pontos de audiência, contra 6 de sua antecessora, Mandacaru. A exemplo do que ocorreu após os primeiros capítulos de Torre de Babel, da Globo, a Manchete vai mudar tudo em Brida. Para começar, o diretor de dramaturgia da emissora, Walter Avancini, demitiu o roteirista Jayme Camargo. A seguir, mandou que as autoras Angélica Lopes e Sônia Rodrigues reescrevessem a história. Sônia, que é filha do dramaturgo Nelson Rodrigues, pretende aplicar na novela algumas lições da obra genial de seu pai. “Brida vai ganhar tons folhetinescos e será mais bem-humorada, como meu pai sabia fazer”, ela diz. Pobre Nelson.

As mudanças deverão aparecer a partir da segunda-feira dia 31. As mulheres da trama, inclusive a protagonista Carolina Kasting, ganharão perfis mais românticos. Onze novos personagens entrarão em cena e até os figurinos, muito feios, sofrerão alterações radicais. A história será contada de forma mais clara. Do jeito que estava, Brida mais confundia do que entretinha o espectador. Permanece o desafio de adaptar para a TV um livro que tem apenas quatro personagens a partir de agora, a novela terá 46 em cena.”

Por Diogo Montano

Diogo Montano é Bacharéu em Ciência da Computação, pós graduado em Gestão de Negócios, e trabalha há quase vinte anos unindo duas coisas que sempre gostou: comunicação e tecnologia. Cresceu assistindo à Globo e Manchete, canais de tv que tinham as melhores imagens da região. Em 1999, ainda antes de entrar na faculdade, publicou a primeira versão deste site, logo após a venda da Manchete.