Amazônia

Horário: 21h. de 10 de dezembro de 1991 a 29 de junho de 1992. 162 capítulos. novela de Denise Bandeira e Jorge Duran. escrita por Denise Bandeira, Jorge Duran, Ana Maria Nunes e Paulo Halm. direção de Carlos Magalhães e Luiz Carlos Magalhães. Parte 2 . estória de Jorge Duran…

Sobre Amazônia

Viver em dois tempos ao mesmo tempo… Romper 100 anos em 1 segundo“. Esse era o slogan de divulgação das chamadas da novela.

Dia 10 de dezembro de 1991, estreou finalmente a novela Amazônia, cujo atraso fez com que a Manchete esticasse Ana Raio e criasse às pressas a minissérie O Fantasma da Ópera. Protagonizada por Claudio Marzo e Carolina Ferraz, “O Fantasma” derrubou os 20 pontos de audiência de Ana Raio(na Grande SP) para apenas quatro. Ficou pouco mais de dois meses no ar, fazendo sala de espera para a nova superprodução ecológica.

Amazônia vinha com temática e história semelhantes a Pantanal. Embora fossem tamanhos os esforços para colocá-la no ar, e a divulgar a sua estreia, Amazônia não passou de um grande fracasso para a emissora, que chegou a lançar uma segunda fase para recuperar os índices de audiência e compensar prejuízos. Mas não teve remédio: firmou-se como um dos maiores fracassos da dramaturgia da Rede Manchete e contribuiu bastante para o agravamento da crise da emissora.

Anúncio da novela Amazônia
Anúncio da novela Amazônia

A Manchete, que vinha bem, com o sucesso de Pantanal, e ainda não tinha se decepcionado completamente com os 16/20 pontos de A História de Ana Raio e Zé Trovão, que faturou bem, mas também gastou muito.

Inicialmente escalado para a direção da novela, Jayme Monjardim desentendeu-se com a direção da emissora e se afastou da Rede Manchete. Amazônia ficou a cargo dos seus colaboradores diretos: Roberto Naar, Carlos Magalhães e Marcelo de Barreto.

A chamada de estréia de Amazônia impressionou

A novela, mas houve vários imprevistos com a produção, e a Manchete exibiu O Fantasma da Ópera, uma minissérie feita apressadamente, enquanto não se resolviam os problemas de Amazônia.

Amazônia foi contada em dois tempos simultaneamente: uma parte da história da novela se passava em 1899 e a outra parte na época atual (1991),

Ao custo de 10 milhões de dólares (Pantanal custou 4mi), a trama confusa não agradou o público. Misturar duas épocas tão distantes numa mesma novela deixou o espectador zonzo. A trama estava na casa dos 4 pontos, caiu para 3 e quando chegou a dois, a Manchete recorreu a Tizuka Yamazaki, que havia dirigido Kananga do Japão e realizado os primeiros estudos para desenvolver Amazônia dois anos antes (a cineasta se desentendeu com Jayme Monjardim e saiu da emissora no ano anterior).

A emissora queria fazer outra novela. Mas sem tempo de pré-produção e, principalmente, tentar recuperar parte daquele investimento todo, decidiu-se por fazer uma nova Amazônia, a partir da atual. A emissora fez pesquisas e viu que a trama do passado (1899) era melhor aceita pelo público. E também seria mais simples para fazer o feijão com arroz bem feito que Tizuka fez em Kananga.

Amazônia Parte II seria uma mistura de Pantanal com Kananga do Japão. Foi só o tempo de turbinar a cidade cenográfica que dava vida a Manaus do século XIX e fazer uma nova campanha da “segunda temporada”. NA busca por recuperar o prejuízo de Amazonia (parte 1), a emissora investe mais um caminhão de dinheiro para viabilizar o spinoff de Yamazaki. Até a abertura mudou,


No desespero pela audiência, a partir do capítulo 43, a trama original de Amazônia teve um fim, e, com o mesmo elenco, entrou no ar Amazônia – Parte 2. Muito rapidamente saiu a história futurista e o passado da Amazônia dominou a cena, mas não a audiência. A novela chegou ao fim em junho de 92, já sobre a gestão do grupo IBF, com apenas 2 pontos de média de audiência.

Abertura original de Amazônia

A abertura da primeira fase da novela trazia moderníssimos recursos de computação gráfica, e era embalada pela canção Eldorado, de Marcus Viana.Adolpho Rosenthal, diretor de criação da Manchete na época, procurou por todo o país um equipamento necessário para a produção da abertura. Até que surpreendentemente, encontrou o equipamento em uma afiliada da emissora, a TV Clube.A abertura recebeu diversos prêmios, mas foi substituída na segunda fase da novela.

Sinopse de Amazônia

A proposta de unir dois séculos: o final do XIX e o início do XXI, através da história da Amazônia.

No futuro, a ação é protagonizada por Milla, uma jovem jornalista que troca o Rio de Janeiro por Manaus em busca de aventura, e seu envolvimento com Lúcio, chefe de uma gangue de trambiqueiros do Porto de Manaus, um rapaz que tem visões. Nelas surgem as tramas de 1899, onde a exploração dos seringais amazônicos domina a cena.

É lá que Lúcio se vê como Caio, filho do todo-poderoso Comendador Mangabeira, e noivo da doce Júlia, filha do comerciante de borracha, Sr. Peçanha, duas famílias enriquecidas pela borracha.

Durante a segunda fase da novela, a parte do Futuro é deixada de lado, e a trama se concentra no Passado.

Texto originalmente escrito por Diogo Montano, em 24/09/1999

Elenco de Amazônia

Chamada de Elenco de Amazônia

MARCOS PALMEIRA – Caio (1899) / Lúcio (1991)
CRISTIANA OLIVEIRA – Camille (1899) / Milla (1991)
JÚLIA LEMMERTZ – Maria Luísa
ANTÔNIO PETRIN – Comendador Mangabeira
LEONARDO VILLAR – Sr. Peçanha
RAUL GAZOLLA – Daniel / Lírio Pessoa
HELENA RANALDI – Andréa
PATRÍCIA TRAVASSOS – Francisca
BETINA VIANNY – Françoise
JUSSARA FREIRE – Bárbara
JOSÉ DE ABREU – Marcelo Loureiro / Ryan Molina
TATIANA ISSA – Leninha
MARCÉLIA CARTAXO – Das Dores
LÚCIA ALVES – Maria Rabuda
ROBERTO BONFIM – Quim
ANSELMO VASCONCELLOS – Ezequiel
RICARDO BLAT – Celestino
MARCELO GALDINO – Tonho
JOSÉ DUMONT – Raimundo
PASCHOAL VILLABOIM – Genival
VICENTE BARCELLOS – Noel Pereira
IVAN DE ALBUQUERQUE – Velho Índio (Pajé Moraicá)
RONEY VILELLA – Uira
ANTÔNIO GONZALEZ – Cacique Criá
JÚLIO BRAGA – Caixi
PAULO ROBERTO – Werner
HENRIQUE TAXMAN – Harry / Dr. Orlando Charcor
MARÍLIA BARBOSA – Olinda / Rosa
HENRIQUE CUCKIERMANN – Nando / Adiba / Regatão
GILSON MOURA – Ratão
TIÃO D’AVILA – Matias
TONICO PEREIRA – Gaspar
ANDERSON MUELLER – Rudy / Adão
IRACEMA STARLING – Assunção
IZA DO EIRADO – Lolita
GLÁUCIA RODRIGUES – Marlene / Flor
RAFAELA AMADO – Mariana / Aritsé
MARIA SÍLVIA – Rosana
PAULO BARBOSA – Gandô
HAROLDO COSTA – Tinoco
WALDIR ONOFRE – Inocêncio
DAVID HERMAN – Mr. Yale
MARIA DULCE SALDANHA – Pérola
CATARINA ABDALLA – Severina
VERA SETTA – Josefina
MARTA RICHTER – Maria
NELSON PAULINO – Nepomuceno
EDMUNDO FÉLIX

e

JARDS MACALÉ – Dorotéo
EDUARDO CONDE – Gustavo Gusmão
RÚBENS CORRÊA – Muru
ANTÔNIO ABUJAMRA – Xerife / Dr. Homero Spinoza

Texto originalmente escrito por Diogo Montano, em 24/09/1999

Crítica antiga à estrutura de produção

Entrevista da diretora Tizuka Yamazaki ao caderno TV Programa do Jornal do Brasil em 19/01/1992

A Amazônia que ela estava propondo com Jorge Durán era uma coisa mais agressiva, uma trama sobre os vários ciclos de exploração que se repetem ao longo da história do Brasil.
Mas o pessoal que assumiu o projeto preferiu adotar um estilo mais lírico. “A música estava errada, a cenografia estava errada, a direção de elenco estava errada. Enfim, o erro estava na essência”, analisa Tizuka.

Texto originalmente escrito por Miton, em 07/05/2005