Almanaque

Em formato de revista, foi exibido a partir de 1992, nas tardes de segunda a sexta. Era apresentado por Tânia Rodrigues e César Filho, e trazia música, entrevistas culinária e dicas de filmes. Contava com Jussara Freire na cozinha, Wilson Cunha com dicas de filmes e Ala Szerman como consultora…

Dia 30 de março de 1992 estreou o programa Almanaque, que era o retorno da emissora a atrações femininas inspiradas no TV Mulher (antes teve Manchete Shopping Show e a franquia Mulher 87…90, e Jornal Mulher).

O apresentador era o mesmo do TV Mulher: Cesar Filho. Marilu Torres, reprisava guia do telespectador em cidades turísticas e Ala Shzerman, a conselheira de beleza.

Mas Nilton Travesso, diretor artístico da Manchete, pai do TV Mulher e de Mulher 87, preocupado em não se repetir, escolheu alguém que nunca passou por programa feminino para dirigir Alanaque. Trata-se de Rosana Hermann, redatora de Humor da Jovem Pan II criadora dos programas Boi Na Linha, Caqui Amora e outras pérolas do nonsense radiofónico.

Almanaque, programa ao vivo (diariamente das 13h30 às 15h30) que inaugura o estúdio paulista da Manchete, foi concebido inicialmente como uma revista de variedades, mas mudou de rumo depois de Pesquisa feita pelo instituto carioca Retrato. A conclusão era que faltava de um programa feminino com conselhos de saúde, beleza, cozinha e debates’.

Apresentado por Cesar Filho e Tânia Maga- thães (transferida do Cinemania), o programa tem os ingredientes tradicionais das atrações pensadas para a dona de casa da classe média. Uma platéia de 100 pes- soas participará do Almanaque com opiniões ou res posta a perguntas que concorrem a prêmios. Jussara Freire, cuja imagem foi associada a quitutes ao interpretar Filó em Pantanal, levava diariamente convidados artistas, nutricionistas, etc. ao fogão para executar receitas. Marilu Torres falará de tendên- Clas da moda, peças teatrais e viagens. Médicos e especialistas discutiam problemas de saúde.

No programa de estreia, Valéria Petrin, médica do Grupo de Apoio e Prevenção da Aids, Lucinha Araújo, mãe do cantor Cazuza e o auditório, discutiram a Aids. Sônia Racy, que assinava a coluna Direto na Fonte, do Estado, estreava na TV como “tradutora do economês” para a telespectadora. Sonia pretendia apontar as alternativas de aplicação do dinheiro da família e explicar como funciona a economia no país da inflação.

Wilson Cunha, dono do Cinemania, comparecia com críticas de cinema, vídeo e c mo guia para os acontecimentos culturais. A marca de Rosana Hermann aparece em algumas sessões. Caso Sério, um quadro inventado por ela, traria diariamente personalidades ou anônimos para discutir um caso qualquer: de amor, mistério, paranormalidade.

Cada programa teria quatro curiosidades por dia sob a chancela Você Sabia?. A telespectadora ficará sabendo, por exemplo, porque o mos- uito macho não pica os humanos, a origem do uso masculino do brinco ou porque a cobra-fêmea é poligâmica enquanto o macho é monogâmico.

E pela primeira vez Rosana entrava no vídeo, mesclando o estilo dos repórteres Ernesto Varela e Bussunda. lema da equipe Repórter Isso é “jamais voltarás sem reportagem”, por isso Rosana-repórter escolhe uma personalidade e vai atrás sem marcar previamente. Foram ao ar idas ao gabinete da prefeita Luiza Erundina, à casa de Hebe e ao estádio do Corinthians, para entrevistar o jogador Viola. Em nenhum dos casos Rosana conseguiu falar com o alvo e, para não voltar de mãos abanando, trouxe entrevistas com manifestantes que queriam audiência com a prefeita, com o filho, segurança e o cachorro de Hebe.

No Corinthians, Rosana inverteu o jogo: passou de entrevistadora a entrevistada e respondeu a perguntas de um jogador com frases típicas do ramo: “Entramos para ganhar. Se Deus quiser chegamos lá. Futebol é uma caixinha de surpresas”. Esse humor, bem sucedido no rádio, é a novidade. Insinua uma pequena correção plástica na fórmula gasta de programa para mulher. Porque, segundo Rosana, televisão era como sexo: “É sempre do mesmo jeito, o segredo é fazer direito”.

Almanaque foi extinto em 1993, assim que a emissora voltou para as mãos dos Blochs.

Mudanças de Horário

Em 1993, passou a ser apresentado a partir das 11h, com apresentação de Rosana Herman, englobando a edição da tarde do Jornal da Manchete e a Manchete Esportiva. Ganhou uma edição local de meia hora, que ia ao ar das 12h às 12h30. O programa terminava às 14h.